Apesar da projeção de uma produção menor de trigo neste ano, não há nenhum indício de que os preços vão melhorar ao produtor.
A Companhia Nacional de Abastecimento anunciou na semana passada que a colheita esperada de 7 milhões 536 mil toneladas, 4,5% inferior à de 2024.
Houve redução de área porque os preços não estimularam os produtores, e ainda os gaúchos, maiores produtores, enfrentam problemas econômicos pelo clima.
A área do cereal em 2025 é de 2 milhões 449 mil hectares, o que representa encolhimento de 19,9% ante o ano passado, e a produtividade prevista em 3.077 quilos/hectare, ganho de 19,3% sobre os 2.579 quilos de 2024.
Há regiões do país já em colheita, enquanto no Rio Grande do Sul as lavouras estão em desenvolvimento, segundo a Emater/RS-Ascar, ou seja, com produção ainda passível de alterações provocadas pelo clima.
A projeção da instituição é de 1.198.276 hectares, produtividade de 2.997 quilos/hectare e, portanto, colheita de 3,591 milhões de toneladas.
No ano passado a área foi de 1,33 milhão de hectares e a produção ficou em 3,390 milhões de toneladas.
A explicação para as cotações pressionadas está na Argentina, principal fornecedora de cereal para o consumo brasileiro.
Os argentinos forneceram 62%, ou 3 milhões 790 mil toneladas, do volume adquirido pelo Brasil no ano passado, e neste ano, até agosto, 77%.
Assim, visto a oferta volumosa dos argentinos, mesmo com a safra menor no Brasil não se observa melhora no cenário de preços aos triticultores, uma vez que a safra argentina é um ponto crítico para manter os preços baixos.
Além disso a produção global tem batido níveis recordes, com a retomada de estoques após anos de reduções, e, ainda que o consumo mundial também esteja a patamares recordes, a atual produção atende o consumo, e assim o preço não sobe.
Fonte: Gazeta do Povo
Foto: Copilot